sábado, 1 de setembro de 2012

Pingo d'água

Insignificante é o pingo d'água,
todavia, com o tempo,
traça um caminho no
corpo duro da pedra.

Humilde é a semente,
entretanto, germina com
firmeza e produz a espiga
que enriquece o celeiro.

Frágil é a flor, contudo,
resiste à ventania,
garantindo a colheita farta.

Minúscula é a formiga,
mas edifica,
à força de perseverança
complicadas cidades subterrâneas.

Submissa é a argila,
no entanto, com o auxílio
do oleiro, transforma-se em
vaso precioso.

Branda é a veste física,
que um simples alfinete
atravessa, todavia
suporta vicissitudes
incontáveis e sustenta o
templo do Espírito em
aprendizado, por dezena
de lustros, repletos de
necessidades e
padecimentos morais.

O verdadeiro progresso
prescinde da violência.
Tudo é serenidade e
seqüência na evolução.
Aprendamos com a Natureza e
adotemos a brandura por
diretriz de nossas
realizações para a vida mais alta,
mas não a brandura que
se acomoda com a
inércia, com a perturbação
e com o mal e sim aquela
que se baseia na
paciência construtiva,
que trabalha incessantemente
e persiste no melhor a
fazer, ultrapassando os
obstáculos que a ignorância
lhe atira à estrada e
superando os percalços da luta,
a sustentar-se no serviço
que não esmorece
e na esperança fiel que confia,
sem desânimo, na vitória final do bem.


( De André Luiz,
psicografia de Francisco C.Xavier)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ante os Pequeninos

A criança é uma edificação espiritual dos responsáveis por ela.

Não existe criança - nem uma só - que não solicite amor e auxilio, educação e entendimento.

Cada pequenino, conquanto seja, via de regra, um espírito adulto traz o cérebro extremamente sensível pelo fato de estar reiniciando o trabalho da encarnação, tornando-se, por isso mesmo, um observador rigorista de tudo o que você fala e faz.

A mente infantil dar-nos-á de volta, no futuro, tudo aquilo que lhe dermos agora.

Toda criança é um mundo espiritual em construção ou reconstrução, solicitando material digno a fim de consolidar-se.

Ajude os meninos de hoje a pensar com acerto dialogando com eles, dentro das normas do respeito e sinceridade que você espera dos outros em relação a você.

A criança é um capítulo especial no livro do seu dia-a-dia.

Não tente transfigurar seus filhinhos em bibelôs, apaixonadamente guardados, porque são eles espíritos eternos, como acontece a nós, e chegará o dia em que despedaçarão perante a você mesmo quaisquer amarras de ilusão.

Se você encontra algum pirralho de maneiras desabridas ou de formação inconveniente, não estabeleça censura, reconhecendo que o serviço de reeducação dele, na essência pertence aos pais ou aos responsáveis e não a você.

Se veio a sofrer algum prejuízo em casa, por depredações, de pequeninos travessos, esqueça isso, refletindo no amor e na consideração que você deve aos adultos que respondem por eles.

* * * * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
42a edição. Uberaba-MG: CEC, 1996.

O Caminho

Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do equilíbrio, indagas, sem diretrizes: - Onde a via a seguir? Qual a conduta a adotar?

Certamente, todo empreendimento deve ser procedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.

A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.

Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.

* * *

Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.

Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.

Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.

Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser enviado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.

Uns levam a ruína demorada, que envilece e infelicita.

Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.

Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:

-Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.

* * *

Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.

Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus.

Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentativas malsucedidas no mundo, apela a Jesus.

Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.

Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.

Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.

* * *

Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.

Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.

Se a jornada te faz amena, agradece a Jesus.

Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separas de Jesus.

Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.

Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.

* * *

Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através DELE, e com ELE, te plenificarás, alcançando Deus.

* * * * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Esmola e Caridade

Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.
Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.
Exemplos? Eis alguns:
Seríamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir aqueles que porventura se considerem nossos inimigos.
Seríamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.
Seríamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de carinho e solidariedade.
Seríamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentâneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões irônicas ou zombeteiras.
Seríamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, só sirvam para conspurcar a honra ou abalar a reputação alheia.
Seríamos caridosos se, embora as circunstâncias a tal nos induzissem, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e temerário contra eles, mesmo entre os familiares.
Seríamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, o aconselhassemos a tempo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar a efeito.
Seríamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de T.V. de nosso agrado, visitássemos pessoalmente aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.
Seríamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, a defesa do fraco e do pobre, contra a prepotência do forte e a usura do rico.
Seríamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.
Seríamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé e o entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.
Seríamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos a serem atendidos em primeiro lugar.
Seríamos caridosos se, vendo triunfar aqueles cujos méritos sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.
Seríamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os salpicos de lama que os cobrem e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.
Seríamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, as impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.
Seríamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com a inépcia daqueles que nos cercam ou nos servem.
Seríamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a nossa felicidade, perdoando-lhes de coração.
Seríamos caridosos se reservássemos nosso rigor apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.
E assim, dezenas ou centenas de outras circunstâncias poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.
Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.
Porquê?
É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.
Nós traímos, empregamos a violência, tratamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.
Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!
Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para praticá-la.
Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque "a caridade é o cumprimento da Lei."

* * * * *
CALLIGARIS, Rodolfo. Da obra: As Leis morais.
8a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1998.

Você Espírita - Letras de Músicas Espíritas

Basta ter Fé

Noite de luar
Chego a pensar
Na imensidão
Que é ter, você perto de mim

E em oração
Te peço perdão
Por tudo que errei
Eu sei, que posso melhorar

Esse eterno amor
Jamais cessará
Em meu coração
Eu sei, o que fiz não foi em vão

(Refrão)

Deixo fluir e vibrar
Toda essa força
Que veio me guiar
Me faz sentir
Que pode existir
Um mundo de Paz

Sei que nasci pra vencer
E esse é o leme
Que me faz viver
Sei que Deus está
Onde eu estiver
Basta ter Fé!